Construir ou reformar demandam muita atenção por parte do consumidor. A diversidade de marcas e de produtos disponíveis no mercado pode confundir quem não tem experiência no assunto. Além da parte estética, é preciso estar atento à qualidade e custo-benefício dos itens.
Antes de iniciar uma construção ou reforma, pensar em algumas questões podem ajudar a fazer as escolhas certas em relação ao material usado:
1 - Como é a sua manutenção?
Pesquise sobre a necessidade ou não de gastar muito dinheiro e esforço para manter as condições do material ao longo do tempo. A madeira, por exemplo, requer uma manutenção maior e dedetização periódica para não atrair cupins.
2 – Qual é o tempo de vida do material?
É importante ter ideia da resistência do material escolhido e para que locais ele é indicado. Os pisos, por exemplo, possuem um índice (PEI) que informa sua resistência a uma série de fatores, como ambientes internos e externos, locais úmidos ou não, tráfego etc.
3 – O material é adequado ao clima da região?
Há materiais cuja vida útil e performance variam em função do clima do local em que são usados.
4 – Há mão de obra disponível no local da obra capacitada para usar o material escolhido?
Não adianta selecionar um material maravilhoso e colocá-lo na mão de um pedreiro que não saberá manuseá-lo. O porcelanato, por exemplo, requer um trabalho mais minucioso e cuidadoso, bem como a colocação de pastilhas de vidro.
Se a obra for gerenciada por um engenheiro ou mestre de obra, são eles a quem o cliente deve recorrer no momento de quantificar o material para evitar gastos extras inesperados depois, que comprometem todo o orçamento.
Veja abaixo algumas informações importantes sobre os materiais:
Tijolo
A decisão na hora da compra deve ser orientada pelo tipo do projeto, resistência térmica e custo. Nessa escolha, talvez o assunto com peso maior seja o custo. Neste caso, não pense apenas no valor da unidade, mas no valor final das paredes. Para isso, considere a argamassa de assentamento e revestimento. Tijolos mais baratos dão prejuízo, pois a perda é grande e as imperfeições precisam ser corrigidas com aumento na espessura da massa, gastando mais cimento. Há vários tipos de tijolos: tijolo maciço, tijolo baiano, tijolo laminado, tijolo refratário e tijolo de solo-cimento são os mais comuns.
Pisos
Entre os pisos frios, o porcelanato, apesar de mais caro, é o material mais indicado pelos arquitetos, por sua maior durabilidade. As cerâmicas também são uma boa alternativa, mais econômica. Para áreas externas sujeitas à água, o ideal é um piso antiderrapante. Entre as esmaltadas, seu nível de desgaste é medido pelo PEI, índice que consta da etiqueta da peça e varia de 0 a 5. Quanto maior, melhor a qualidade do produto. Os de nível 4 são indicados para garagem, os de 3 para sala e quarto e os de 2, para banheiro. Além disso, ao escolher um piso, observe seu fundo. Quanto mais avermelhado ele for, maior a quantidade de barro usada na sua fabricação e menor sua resistência. O mesmo vale para azulejos.
Azulejos
Para a área externa, onde o azulejo estará sujeito à intempéries (água, sol, vento etc), escolha um de boa resistência e específico para ambientes externos. Aqui também vale as regras do avermelhado (quanto mais for, mais barro em sua composição e menor a qualidade) e do PEI ( 0 = somente em paredes/ 1 = resistência leve, uso residencial/ 2 = média resistência, uso residencial/ 3 = média resistência, usar em lojas e corredores/ 4 = resistência intensa, usar em locais públicos de grande circulação/ 5 = resistência super intensa, usar em garagens, ambientes de tráfego intenso etc).
Tinta
Há diversos tipos de tintas para áreas internas ou externas da sua casa. Para acertar na escolha, pense nos ambientes em que serão aplicadas e confira a indicação de uso de cada produto: paredes, azulejos, piso, madeira e metal. Optar pela tinta adequada facilita a aplicação, garante bom acabamento e durabilidade. Algumas dicas são importantes: se for pintar uma parede só no reboco, lixe-a e passe selador antes de aplicar a tinta; em áreas externas, prefira as tintas acrílico premium ou epóxi, que possuem maior resistência; para pintar superfícies de madeira ou metais, utilize tinta esmalte; para pintar pisos e azulejos, invista na epóxi; e nos interiores, uma boa opção é a tinta látex PVA. Hoje há versões laváveis, que facilitam a remoção de sujeiras superficiais, desenhos de crianças etc.
Siga essas dicas e faça sua obra sem aborrecimentos. E, caso precise de orientação ou se tiver alguma dúvida, peça a ajuda de um arquiteto ou engenheiro. E se a ideia é construir do zero, talvez contratar os serviços de uma empreiteira seja uma opção prática e mais econômica.
Telhados
O ideal em toda construção é que a cobertura seja planejada desde o início do projeto.
Para evitar incomodações com as mudanças do tempo – ventanias ou calor excessivo – é muito importante seguir a recomendação do fabricante quanto a inclinação indicada no produto.
A instalação também é essencial: as bordas das telhas devem ser fixadas à estrutura do telhado.
Principais pontos a serem observados na escolha da telha:
- Verificar a inclinação do telhado;
- Nas telhas há a informação sobre grau de inclinação que são indicadas. Usada com mais ou menos inclinação do que o indicado para o telhado, o mesmo poderá ter entrada de calor, água, vento etc;
- Observar se o produto é homologado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT);
- Analisar se o tipo de telha combina com o formato do telhado e o estilo de construção. Normalmente o arquiteto já define o tipo de telha em relação a estética do projeto;
- A qualidade do material vai influenciar na durabilidade do produto.
Tipos de Telhas
Cerâmica
Também conhecidas como telhas de barro, as de cerâmica são as mais antigas e ainda as mais utilizadas em residências. O melhor é optar pelas que já vem com revestimento sintético de fábrica, que dá maior proteção e durabilidade.
Existem as telhas naturais, sem revestimento algum, as esmaltadas, com película de proteção que, conforme a fabricação, costumam mudar de cor com o tempo e as vitrificadas, famosas por serem mais resistentes. Há vários modelos de telhas de cerâmica, como as coloniais, francesas, portuguesas, romanas, entre outras.
Concreto
Há bastante procura no mercado pelas telhas de concreto, devido à durabilidade e conforto térmico. A desvantagem é que precisam de uma manutenção anual. Como são mais pesadas, porosas e suscetíveis a umidade, necessitam de uma limpeza ao menos uma vez ao ano. Normalmente, elas não vêm com um esmalte de cobertura. Por isso é importante aplicar alguma resina pra fazer a proteção e impermeabilização. Existem diversas opções de cores de telhas de concreto no mercado, além de outras opções de formatos que não são disponíveis em cerâmica.
Fibracimento (Amianto)
De custo inferior, tem vida útil mais curta que as demais e não dão muito conforto térmico. A principal vantagem é que podem ser utilizadas em coberturas de poucas inclinações. Normalmente, são aplicadas em edificações mais simples. Foram popularizadas pela marca Brasilit, mas há diversas outras no mercado. Existem vários formatos de telhas de fibracimento, com opções de grau de ondulação, como as que imitam as coloniais de barro. São altamente utilizadas em indústrias e no comércio, em galpões e também em edifícios, principalmente em coberturas com parapeito alto, onde não se consegue enxergar o telhado em si. Não é seguro caminhar sobre telhas de amianto, sob risco de quebrarem facilmente.
Metálicas
Costumam ser as escolhidas quando a intenção é cobrir grandes vãos, já que apenas uma telha chega a ter quatro metros de comprimento. Para construir a cobertura de um galpão as telhas metálicas estão entre as mais indicadas. Em muitos casos, não possibilitam conforto térmico.
Ecológicas
Já existem no mercado diversas opções de telhas ecológicas, feitas de fibras naturais recicladas, com a mesma qualidade de outros materiais. Na produção são recicladas fibras de madeiras, sisal, bananeira ou coco e são adicionados betume, pigmentos e uma resina especial, que protege contra os raios UV. Algumas podem ser fabricadas com papel reciclado, asfalto e resina. Como as telhas ecológicas também devem passar por uma regulação da ABNT são seguras em relação à resistência e durabilidade.
Cobertura de laje, sem telhas
A opção por lajes planas em um terraço exige um custo adicional no projeto por sua manutenção.
Qual tipo de telha “esquenta” menos ou mais?
O calor está mais ligado ao forro que é colocado e a inclinação do telhado. É possível fazer um forro de madeira, de PVC e de gesso. Em geral, as telhas metálicas, de zinco e amianto costumam aquecer com facilidade. Uma sugestão é escolher telhas com cores claras ou pintá-las.